Reeleita para assumir o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira do grupo dos BRICS, Dilma Rousseff assumiu a presidência do banco em Março de 2023. Desde então tem trabalhado para ampliar o escopo de actuação da instituição, fortalecendo parcerias e atraindo novos membros, como Bangladesh, Egipto, Emirados Árabes Unidos e Uruguai.
Durante a reunião anual do Fórum de Desenvolvimento da China, realizada no domingo (23), a ex-presidente do Brasil e actual líder do banco dos BRICS, enfatizou a importância dos projectos de cooperação entre Brasil e China, com destaque para a ferrovia transoceânica. O empreendimento, que tem o potencial de transformar a logística comercial entre os dois países, visa reduzir significativamente os custos de exportação ao conectar o Brasil ao Oceano Pacífico, facilitando o escoamento de produtos para o mercado asiático.
Esta recondução de Dilma também tonifica o papel do Brasil na governança do banco, que tem sede em Xangai e é presidido rotativamente entre os membros dos BRICS. Com o apoio russo e a crescente importância do NDB no cenário económico global, a nova gestão focar-se-á na ampliação da carteira de financiamentos, no fortalecimento da moeda dos BRICS para transações comerciais e na busca por maior integração entre os países em desenvolvimento.
Dilma também ressaltou no Fórum o papel do NDB, no financiamento de projectos de infraestrutura sustentável e no estímulo ao desenvolvimento dos países emergentes. Sob sua gestão, a instituição tem buscado ampliar a oferta de crédito para iniciativas que fomentem a conectividade regional e reduzam gargalos logísticos, impulsionando o crescimento económico de seus países-membros.
A reeleição de Dilma à frente do NDB ocorre em um ambiente de crescente protagonismo do BRICS no cenário global, com a instituição financeira do bloco sendo vista como uma alternativa aos tradicionais organismos multilaterais ocidentais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
O sistema de governança do NDB segue um modelo de rotatividade entre os países fundadores do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), garantindo que a presidência e as vice-presidências sejam alternadas entre os membros. Pelas regras de rotatividade, ao final do mandato de Dilma, previsto para 6 de Junho deste ano, cabe à Rússia indicar um novo nome.
Entretanto, o presidente russo Vladimir Putin informou que o país daria o aval para brasileira ser reeleita.