A líder francesa da extrema-direita, Marine Le Pen, e oito eurodeputados foram considerados culpados do desvio de fundos públicos. A sentença lida nesta segunda-feira (31), pelo Tribunal Penal de Paris, tem como consequência a ilegibilidade de Marine Le Pen de concorrer a cargos públicos, sendo o mais destacado a presidência da República.
De acordo com o tribunal, a eurodeputada do partido Reunião Nacional e seus companheiros causaram um dano avaliado em 2,9 milhões de euros, provenientes de um esquema de desvio de fundos do Parlamento Europeu pelo seu partido Reunião Nacional (RN), ao longo de três legislaturas.
Marine Le Pen, de 56 anos, é também condenada a quatro anos de prisão, dois dos quais não suspensos e sujeitos a um sistema de vigilância electrónica, a uma multa de 100 mil euros.
Também o vice-presidente do RN, Louis Aliot, foi condenado a 18 meses de prisão, dos quais seis meses de reclusão, e a três anos de inelegibilidade pelo desvio de fundos públicos, no entanto o tribunal optou por não aplicar a pena imediatamente.
Em 2015, o Parlamento Europeu (PE) lançou um alerta às autoridades francesas sobre a possível utilização fraudulenta de fundos do antigo partido Frente Nacional, posteriormente renomeado União Nacional, devido ao grande número de contratos de assistentes parlamentares que trabalhavam total ou parcialmente para o partido entre 2004 e 2016.
Le Pen anunciou, por meio de seu advogado, que recorrerá da decisão. No entanto, o recurso não altera a sua aplicação imediata.