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Tarifas de Trump causam desvalorização do Kwanza face ao Euro

Bernardo Bunga

9 Abril, 2025 - 21:36

Bernardo Bunga

9 Abril, 2025 - 21:36

Os mercados financeiros internacionais começaram a reagir à entrada em vigor das tarifas comerciais unilaterais impostas pela administração Trump, medida que se concretizou oficialmente nesta quarta-feira (09), com efeitos sistémicos no comércio global e nas taxas de câmbio, como é caso de Angola em que os efeitos adversos desta política comercial vem desencadeando a desvalorização acumulada de 2,09% do Kwanza face ao Euro desde o anúncio das tarifas retaliatórias em 2 de Abril, colocando em alerta os players do mercado nacional

Uma semana depois do comunicado da Casa Branca, é possível verificar uma desvalorização do Kwanza face ao Euro. Na altura do anúncio, para se adquirir 1 Euro, precisava-se de 994,78 Kwanzas. Já nesta quarta-feira, para se adquirir 1 Euro, é necessário acrescentar mais 20,76 kwanzas, fixando em 1015,55 kwanzas para adquirir a mesma unidade do Euro, correspondendo a uma desvalorização de 2,09% da moeda angolana face à moeda da União Europeia.

No espaço temporal de apenas uma semana, registou-se, pela segunda vez, uma desvalorização da moeda nacional face ao euro, atingindo a marca simbólica dos 1000 kwanzas. Este movimento cambial traduz-se numa pressão significativa no mercado de divisas, representando, em parte, os efeitos indirectos das recentes alterações na política externa e comercial do governo americano.

Importa recordar que, antes do actual ciclo de desvalorização do kwanza, a última ocasião em que se verificou uma cotação superior aos 1000 kwanzas remonta ao dia 4 de Outubro do ano transacto, quando a moeda europeia foi transacionada a 1004,05 kwanzas, indicando que o actual patamar de desvalorização do kwanza não é um fenómeno inédito, mas sim o retorno a um nível crítico, suscetível de gerar implicações macroeconómicas.

Na passada quarta-feira, 2 de Abril, Donald Trump anunciou formalmente a implementação de tarifas recíprocas a diversos parceiros comerciais, numa acção que marcou um endurecimento claro das políticas proteccionistas do seu mandato. Esta medida, inserida no contexto mais amplo da guerra comercial que caracterizou a sua administração, visava reequilibrar os termos das trocas internacionais em favor da economia norte-americana, com forte apelo ao nacionalismo económico.

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Bernardo Bunga

EDITOR DE ECONOMIA & OIL

Bernardo Bunga é Editor de Economia & Oil no O Telegrama e possui mais de 5 anos de experiência em análise económica e planeamento financeiro. Licenciado em Economia pela Universidade Católica de Angola (UCAN), detém, também, o bacharel em Gestão Financeira pela Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (UAN). Fez parte da equipa de consultores que prestou consultoria ao Banco Mundial, ao Ministério do Planeamento e ao Ministério das Finanças para a harmonização de salários e subsídios dos projectos da representação em Angola do Banco Mundial. Actuou como consultor na Global Education e na Knowledge – Consultores & Auditores. Possui formações em planeamento e estratégia de tomada de decisão, teoria das restrições – Lean e Six Sigma (TLS), Excel Avançado e Análise de Dados.

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