Em apenas um ano de um mandato que teria a duração de três anos, os accionistas do Banco Yetu decidiram afastar, definitivamente, João da Costa Ferreira da presidência da Comissão Executiva, após ter sido suspenso em Outubro passado.

Esta mudança abrupta surge na sequência de um processo de contravenção desencadeado pelo Banco Nacional de Angola (BNA), em que estavam arrolados vários altos gestores da entidade bancária, acusados de envolvimento num esquema de venda e compra ilegal de divisas, violação do código de conduta dos mercados interbancários e manipulação de preços, entre outros.

De acordo com o comunicado de imprensa do banco, detida em 75% pelo banqueiro Elias Pieodoso Chimuco, o administrador executivo Paulo Jorge da Cunha Fontes assume a presidência da Comissão Executiva, cargo que vinha exercendo, interinamente, desde finais de Novembro. Filipe Fernandes de Berardi e Agostinho Pires Filipe foram afastados da Comissão Executiva, numa remodelação em que a única sobrevivente foi a administradora Azenaida Valentim Chimuco.

Osvaldo da Silva Domingos, vogal do conselho fiscal do banco e, cumulativamente, presidente do conselho fiscal da Fundação Piedoso, cujo patrono é o accionista maioritário da entidade bancária, é o novo integrante da Comissão Executiva, órgão que passa de cinco para três membros.

Houve também mudanças a nível do Conselho de Administração: os accionistas afastaram Abrahão Pio dos Santos Gourgel da presidência, assim como o administrador independente, Rui Mangueira, ex-PCA do BFA e antigo ministro da Justiça e dos Direitos Humanos.

Nota de destaque para a nomeação de Teresa Evaristo Pascoal, que deixa a função de directora do departamento de inclusão financeira do Banco Nacional de Angola e passa para presidente do Conselho de Administração do Banco Yetu.

A nível do conselho fiscal, a Audiconta conserva a presidência, e como vogal foram nomeados Domingos Kinsony Mbala e Eugénio Filho de Almeida. O Comité de Remuneração passa a ser presidido por Damião dos Santos e como vogal Odete Vanda Armando.

Sem adiantar mais pormenores, relativamente ao afastamento de cinco dos sete membros do Conselho de Administração eleitos na Assembleia-Geral de 13 de Abril de 2024, a entidade bancária de importância não sistémica informou apenas que esta alteração se enquadra “no âmbito do reforço das boas práticas de governação e gestão”.