O Banco Central descobriu um buraco financeiro no Banco Sol, o que motivou os accionistas a trocarem de CEO. Substituíram Teodoro Paixão Franco por Osvaldo Lemos Macaia. O novo gestor, de 41 anos, desenhou um plano de recapitalização e reestruturação, a fim de salvar o banco de uma iminente hecatombe que se poderia alastrar negativamente para o sistema financeiro e a economia no seu todo. Ao convencer o BNA a intervencionar, o primeiro passo foi conseguido. Os passos seguintes estão dependentes da reunião da manhã desta terça-feira e que deve se estender o dia todo.
Aprovado pelo Banco Nacional de Angola (BNA), que foi chamado a intervencionar a entidade bancária de importância não sistémica, através da Facilidade de Assistência Emergencial de Liquidez, o PRR traça vários cenários tendentes a evitar o colapso do banco.
A reunião magna junta os oito accionistas, com destaque para Agílio Campos, Presidente da Comissão Executiva da GEFI, a holding do MPLA que detém a sociedade anónima Sansul, detentora de 51% das acções do Banco Sol, e Coutinho Nobre Miguel, segundo maior accionista com uma participação societária de 12,24%, Ana Paula dos Santos, ex-primeira-dama da República, detentora de uma participação uninominal de 5,42%, sendo ainda detentora de outros 10% por intermédio da Fundação Lwini, e António Mosquito, com 6,33%.
É neste encontro em que os accionistas devem decidir sobre a injecção de capital para a recuperação do Banco, além da implementação de outras medidas de reestruturação, identificadas como factores críticos.
A recuperação activa de crédito malparado, o encerramento de 55 agências e unidades de estruturas centrais, a optimização do quadro de pessoal, com a previsão de redução de cerca de 30% do número de colaboradores, a venda de activos imobiliários não afectos à actividade core do banco, estão entre as principais medidas que devem ser postas em prática para a recuperação da entidade bancária.
O Telegrama sabe, entretanto, que uma das questões que poderão ser levadas em cima da mesa tem que ver com a diminuição do Conselho de Administração, tido como bastante obeso para o actual momento de “vacas magras”. Na sua composição, além do presidente do Conselho de Administração, António André Lopes, e do presidente da Comissão Executiva, Osvaldo Lemos Macaia, o Banco Sol comporta na sua estrutura três administradores independentes, dois administradores não executivos e seis administradores executivos.