Especial

Personalidade de 2023: Volodymyr Zelensky

11 Janeiro, 2024 - 12:21

Isaías Samacuva

Ex-presidente da UNITA

11 Janeiro, 2024 - 12:21

Isaías Samacuva

Ex-presidente da UNITA

Quem deseja um mundo livre e desenvolvido estará, certamente, do lado de Zelensky. Na Ucrânia está em jogo uma causa global. Está em jogo o futuro de todos nós

Zelensky, o Presidente da Ucrânia, tem sido, para mim, a personalidade mais marcante dos últimos dois anos. Originário de um casal judeu, Zelensky surge como um aprendiz e inexperiente político que, tendo deixado a sua área de formação académica (ciências jurídicas) logo depois de terminados os seus estudos, enveredou pelo teatro, onde se notabilizou como um bem-sucedido actor, comediante e empresário que, posteriormente, em 2019, se candidatou e se fez eleger como Presidente da Ucrânia.

Olhando para a sua vida, Zelensky, à semelhança de líderes empenhados em realizar transformações profundas nas sociedades que dirigem, tem sido um daqueles políticos que conheceu tempos difíceis na sua carreira. A luta contra a corrupção, a oligarquia, a impunidade e as desigualdades sociais que escolheu como sua bandeira principal no seu consulado custaram-lhe muitos obstáculos e inimigos de um lado, mas, também, do outro lado, permitiu-lhe ganhar muita popularidade. Foi, entretanto, a invasão do seu país pela Rússia de Putin que o levou a granjear respeito, prestígio, estima e reconhecimento de uma significativa parte de líderes do mundo.

A dimensão da Rússia nas suas componentes multifacetadas é, indubitavelmente, de uma potência da primeira linha a competir com os Estados Unidos e a China, na busca da hegemonia mundial. A Ucrânia perante a Rússia era vista como um David contra Golias. Poucos cidadãos ou líderes do mundo inteiro alguma vez admitiram, nas suas avaliações, que, numa invasão da Ucrânia pela Rússia, aquela estaria à altura de desafiar esta, nem por uma semana sequer. Aliás, de acordo com esta linha de raciocínio, nunca terá passado pela cabeça da própria Rússia a possibilidade de encontrar resistência que tem encontrado da parte dos ucranianos. Não deve mesmo ser um exagero assumir que o próprio Putin contava, nos seus planos, com uma espécie de passeio apenas para desfilar o seu poder bélico perante os coitadinhos ucranianos…

Tanto assim foi que, logo após o início da invasão, os Estados Unidos e a Europa ofereceram a sua disponibilidade para retirarem Volodymyr Zelensky da Ucrânia para um “exílio dourado” na Europa ou nos Estados Unidos, mas este, de forma firme, corajosa e patriótica, disse que o seu lugar era na Ucrânia. O que ele precisava era de armas para defender o seu povo e o seu país, e não de boleia para paragens seguras.

A coragem de Volodymyr Zelensky, o seu patriotismo, a sua dedicação à causa do seu país e do seu povo e a sua determinação continuam inabaláveis praticamente dois anos depois. Diante de tamanhos desafios a enfrentar pela frente, desde a necessidade de equipamento e material de guerra, passando por contradições de opositores e capitulacionistas internos e externos, esse outrora comediante continua a granjear o respeito e a simpatia de muitos cidadãos e países do Mundo, somando condecorações de alta classe de muitos países e instituições.

Quem deseja um mundo livre e desenvolvido estará, certamente, do lado de Zelensky. Na Ucrânia está em jogo uma causa global. Está em jogo futuro de todos nós.

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