CPLP +

Quem é Tim Walz, escolhido como vice na chapa de Kamala Harris?

BBC

6 Agosto, 2024 - 16:05

BBC

6 Agosto, 2024 - 16:05

A candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, escolheu o governador do Estado de Minnesota, Tim Walz, como vice-presidente na chapa

Segundo analistas, o ex-professor do ensino médio e técnico de futebol chamou a atenção dos democratas por seu estilo afável e capacidade de responder ao candidato republicano, Donald Trump, de maneira eficaz, mas sem parecer muito agressivo.

Embora Minnesota não seja considerado um estado decisivo, a expectativa da campanha de Kamala Harris é que Walz tenha apelo em estados-chave do meio-oeste americano, como Wisconsin e Michigan.

Walz, de 60 anos, é um democrata experiente que foi parlamentar por 12 anos no Congresso antes de se tornar governador de Minnesota em 2018.

A expectativa é que sua personalidade franca e o fato de vir de uma cidade pequena do Centro-Oeste dos Estados Unidos possa atrair eleitores independentes e conservadores.

‘Estranhos’

Walz também ganhou atenção nacional por sua estratégia de chamar Donald Trump e seu vice, JD Vance, de “estranhos”.

A frase “pegou” e viralizou, sendo utilizada posteriormente por vários democratas, incluindo Kamala Harris.

“Ele é apenas um cara estranho, esquisito”, disse Walz sobre Trump durante um evento de arrecadação de fundos.

O vice na chapa de Trump, senador J.D. Vance, foi anunciado em julho. Ele tem 39 anos e vem de uma família branca de classe trabalhadora, em sua maioria descendente de escoceses-irlandeses.

Técnico de futebol

Para além da carreira política, Walz traz para a campanha um currículo pessoal atraente numa eleição acirrada, em que é preciso conquistar votos de eleitores conservadores e manter a adesão de progressistas.

Walz foi professor de escola pública, treinador de futebol e membro da Guarda Nacional do Exército antes de concorrer a cargos eletivos.

Sua experiência política, representando um distrito de tendência republicana no Congresso e depois aprovando políticas de esquerda como governador de Minnesota, pode ter grande apelo em um momento em que a política americana está tão polarizada.

Nascido na zona rural de Nebraska, Walz passava os verões caçando e plantando, até se alistar na Guarda Nacional do Exército aos 17 anos. Ele serviria na força voluntária por 24 anos.

Seu pai, um administrador de escola pública, o encorajou a se juntar ao Exército antes de morrer devido a um câncer de pulmão, quando o Walz tinha 19 anos.

Em diversas ocasiões, já na carreira política, Walz destacou que os benefícios da Previdência Social sustentaram sua mãe e que o GI Bill, programa que ajuda veteranos a pagar pela educação de seus filhos, arcou com os custos de sua universidade.

Após se formar na faculdade, Walz assumiu um cargo de professor por um ano na China, na época do massacre da Praça da Paz Celestial.

Tempos depois, ele passou a lua de mel no país com a esposa Gwen Whipple, com quem tem dois filhos. Ao retornar da China ao Nebraska, Walz se tornou professor e técnico de futebol americano.

Algum tempo depois, continuou a carreira como professor e treinador em Minnesota, terra natal de sua esposa.

Como técnico do Mankato West High School, Walz ajudou a construir um programa de futebol americano que levou a escola ao seu primeiro campeonato estadual.

Na época, também se tornou conselheiro do corpo docente para a “aliança gay-hétero” da escola, num período em que a homossexualidade era amplamente desaprovada.

Candidata oficial

Na sexta-feira (2/8), Kamala Harris alcançou o número de votos de delegados eleitorais para garantir sua nomeação como candidata do Partido Democrata na eleição presidencial em novembro.

Ela era a única concorrente do partido a disputar os votos de delegados após o presidente Joe Biden abrir mão da candidatura, em julho.

O Partido Democrata anunciou que 3.923 de seus delegados, 99% do total, planejam votar em Harris.

Se ela derrotar Donald Trump, será a primeira mulher presidente dos Estados Unidos.

Apesar do êxito em confirmar sua candidatura, Harris nem sempre contou com amplo apoio entre os democratas. Aliás, ela passou os últimos três anos e meio tentando aplacar seus críticos, depois de um começo de mandato problemático.

Seus defensores e detratores concordam que não é fácil desempenhar o cargo que ela ocupa.

O trabalho de vice muitas vezes se dá nos bastidores. Suas vitórias acabam sendo creditadas à presidência, enquanto erros e fracassos da Casa Branca caem na conta do vice.

Assim que tomou posse como vice-presidente, Harris precisou tomar para si algumas das tarefas mais complicadas do governo Biden, como a questão migratória, o direito ao aborto e a reforma eleitoral.

Nesta reportagem, você confere os principais desafios que Kamala Harris precisou enfrentar como vice-presidente dos Estados Unidos.

Kamala Harris foi pioneira em muitos aspectos. Ex-procuradora-geral da Califórnia, ela foi a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos e também a primeira pessoa afro-americana e de ascendência asiática a ocupar o cargo.

Partilhar nas Redes Sociais

Leia também

error: Content is protected !!

Leia o principal veículo de informação financeira de Angola

CONTEÚDO PREMIUM DESDE

AOA 1.999/Mês