A China comemora, nesta terça-feira, 1 de Outubro, o seu 75.º aniversário desde a proclamação da República Popular. Para celebrar o evento, o mais alto funcionário do governo chinês em Angola, Zhang Bin, convidou representantes do governo e do Estado angolano, a comunidade diplomática acreditada em Angola, empresários e a comunicação social, para falar sobre o papel da China em Angola, em particular, e no continente africano, em geral.
Num discurso de, aproximadamente, 20 minutos, Zhang Bin reafirmou a parceria estratégica com Angola para a consolidação dos interesses chineses em África, considerando que a mesma se “têm desenvolvido saudavelmente a longo prazo”, tendo destacado a recente visita efectuada pelo presidente João Lourenço a Pequim, onde, juntamente com o homólogo Xi Jinping, “anunciaram a elevação da relação bilateral à Parceria de Cooperação Estratégica Global”.
“Desde o início do ano corrente, muitos oficiais do governo angolano visitaram a China e vários membros da Assembleia Nacional e dos partidos políticos viajaram à China para fazer intercâmbio. Os dois países assinaram documentos de cooperação pragmática nas áreas de construção conjunta do “Cinturão e Rota”, economia e comércio, agricultura, desenvolvimento verde, infraestruturas”, sinalizou o diplomata chinês.
O volume acumulado de investimento de empresas chinesas em Angola, segundo avançou Zhang Bin, ultrapassou 24 mil milhões de dólares norte-americanos, ou seja, valor total que presidente Lourenço estimou, em uma entrevista ao Wall Street Journal, terem sido desviado dos cofres do Estado nas duas últimas décadas.
E, numa altura de aproximação nunca antes observada entre Angola e Estados Unidos, o represente de Xi em Luanda disse que acredita “que a árvore da amizade China-Angola produzirá novas folhas e novos frutos”.
Um olhar a África
Zhang Bin, embaixador da China em Angola.
O embaixador reafirmou a posição do governo chinês em relação ao continente africano, sobretudo em modernização de áreas como comércio, produção, saúde e agricultura. Para implementar as dez acções de parceria, o governo chinês fornecerá apoio financeiro de 360 mil milhões de yuan, qualquer coisa como 51,348 mil milhões da moeda norte-americana, nos próximos três anos.
“Isso inclui uma linha de crédito de 210 mil milhões de yuan (USD 29,953 mil milhões) e 80 mil milhões de yuan (USD 11,411 mil milhões) de assistência em diferentes formas e, pelo menos, 70 mil milhões de yuan (USD 9,984 mil milhões) de investimento na África por empresas chinesas, proporcionando um forte apoio à cooperação pragmática”, disse Zhang Bin.
O embaixador apelou para um mundo multipolar equitativo e ordenado e uma globalização económica universalmente benéfica e inclusiva, injectando a sabedoria e a força do seu país na promoção do mundo rumo a um futuro promissor de paz, segurança, prosperidade, mencionando a “Iniciativa do Cinturão e Rota” (Belt and Road Initiative – BRI) da China, lançada em 2013 pelo presidente Xi Jinping, que é um dos maiores projectos de investimento em infraestrutura da história moderna, visando fortalecer as conexões entre a China e os países da Ásia, África e Europa por meio da construção de uma rede massiva de estradas, ferrovias, portos e outras infraestruturas.