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Última reunião do Comité de Política Monetária do BNA

Adnardo Barros

, Bernardo Bunga

18 Novembro, 2024 - 08:16

Adnardo Barros

Bernardo Bunga

18 Novembro, 2024 - 08:16

A cúpula do Banco Central reúne-se, nesta segunda-feira (18), na cidade de N’Dalatando (Cuanza Norte), naquela que será a última reunião do ano do Comité de Política Monetária (CPM), sob condução do governador Manuel António Tiago Dias. Economistas prevêem que o BNA mantenha ou aumente a sua taxa directora, num contexto marcado profundamente pelas contínuas altas taxas da inflação, embora o governo insista que o problema está associado à dependência das importações e da única commodity, o petróleo

A 120.ª sessão ordinária do Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA) ocorre num contexto macroeconómico profundamente adverso, marcado pelo regresso de Angola na indesejada lista cinzenta do GAFI e pela contínua pressão da inflação sobre os bens e serviços, conquanto os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), divulgados no dia 12 do corrente mês, em Outubro, registasse o período de menor pressão inflacionista no decorrer do presente ano, ainda assim, muito acima das metas estabelecidas pelo regulador.

Na comparação com o mês de Setembro, registou-se uma redução de 0,08 ponto percentual, que se situou em 1,63%, representando uma ligeira atenuação das pressões sobre os preços ao consumidor. Entretanto, numa comparação com o igual período de 2023, os dados do INE espelham que houve um acréscimo de 12,59 p.p, com a inflação em Outubro a fixar-se em 29,17%.

Na última reunião do CPM, órgão responsável pela formulação da política monetária e cambial do País, que teve lugar a 19 de Setembro, foi decidida manter a taxa de juro directora em 19,5%, num cenário em que as moedas estrangeiras de referência permanecem em alta, traduzindo-se na pressão sobre a inflação.

O BNA justificou a decisão como tendo sido “motivada pela perspectiva de desaceleração do ritmo de crescimento dos preços na economia que se vem verificando desde Maio do ano em curso”.

Foi, ainda, decidida a manutenção da taxa de juro FCO (Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez) em 20,5%; e, igualmente, a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 18,5%.

Na reunião de hoje, que decorre  à porta fechada, onde participam o governador do Banco Central, os vice-governadores, administradores executivos e os responsáveis das unidades de política monetária e cambial da entidade, aguardam-se estratégias que visem mitigar as pressões inflacionistas, mas também ajustar os mecanismos de controlo da liquidez na economia e a estabilização macroeconómica, evitando que o actual descompasso entre a inflação observada e as metas projectadas continuem a causar distorções adicionais no sistema financeiro e no comportamento dos agentes económicos.

No segundo dia do encontro, depois de assinada a acta da reunião, as conclusões de N’Dalatando serão tornadas públicas pelo governador do Banco Central, Manuel Tiago Dias, na habitual conferência de imprensa.

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