Uma convocatória assinada pelo presidente da Mesa da Assembleia-Geral de Accionistas do Banco Sol, o economista Diógenes do Espírito Santo Oliveira, e datada de 10 de Dezembro, notifica os donos do banco para uma reunião extraordinária, aprazada para 23 de Janeiro de 2025, onde, entre outros temas, se vai discutir e aprovar o plano de recapitalização e reestruturação da entidade financeira bancária.
O processo de reestruturação do banco de importância sistémica doméstica é uma aposta da nova administração executiva, presidida por Osvaldo Salvador Lemos Macaia, que assumiu funções em Maio último e encontrou o banco em prejuízos, com tendência de queda em quase todas as rubricas de demonstração financeira.
Os fracos resultados financeiros nos últimos tempos estarão também associados à elevada carteira de crédito malparado, muito acima do que se imaginava, sendo que os principais credores estão entre os próprios accionistas do banco.
Quarto maior banco em volume de clientes, a seguir ao BFA, BPC e BAI, os lucros do banco com sede social na Rua Lourenço Mendes da Conceição colapsaram em 95% no segundo trimestre deste ano, calculado em AOA 863 milhões (US$ 1 milhão) face aos AOA 19,7 mil milhões (US$ 23 milhões) no igual período de 2023.
O plano de capitalização e reestruturação, além de procurar garantir recursos para maior estabilidade e rentabilidade da instituição, vai abranger o saneamento no seu quadro de pessoal, ou seja, dispensas de colaboradores não qualificados e encerramento de agências, optando por agentes bancários.
Outro tema em discussão será também a apreciação do Orçamento para 2025 e a aprovação do novo instrumento sobre a política de remuneração dos Órgãos Sociais do Banco, que define como serão remunerados os membros dos órgãos de administração, conselho fiscal e mesa da assembleia-geral.
A estrutura accionista do Banco Sol é composta por pouco mais de 10 entidades, sendo Sansul., S.A, com 51%, Coutinho Nobre Miguel com 11,75%, Fundação Lwini com 10%, António Mosquito com 6,33%, Noé José Baltazar com 5,42%, Ana Paula dos Santos com 5,42%, Sociedade de Comércio com 5,42%, Júlio Marcelino Bessa com 4,17% e outros com 0,49%.