Opinião

O papel da BODIVA, UNITEL e Sonangol no fomento à economia

Pedro Fernandes Branco

Contabilista

15 Dezembro, 2024 - 19:28

15 Dezembro, 2024 - 19:28

Pedro Fernandes Branco

Contabilista

A bolsa de valores figura-se como um dos pilares fundamentais no desenvolvimento económico de qualquer “economia”. Para Angola, a Bolsa pode ser a chave principal para estimular o crescimento, progredir a nível da transparência e garantir novos fluxos de investimentos.

Desde a criação da BODIVA (Bolsa de Dívida e Valores de Angola), em 2014, o país procura dar passos importantes para fortalecer o mercado de capitais e a recente entrada das empresas como Sonangol na bolsa poderá trazer a promessa de um acelerar em direcção a uma economia robusta.

Em economias emergentes, a bolsa de valores desempenha um papel vital na mobilização de capitais e na criação de uma plataforma para negociações transparentes e eficientes. Angola, cuja economia é fortemente dependente do petróleo, enfrenta as turbulências para diversificar as suas fontes de receita e de investir em sectores produtivos mais sustentáveis. Nesta conjuntura, a bolsa de valores, representada pela BODIVA, pode funcionar como um elo de conexão entre empresas, investidores e o governo. Assim, pode criar-se uma via para o crescimento do mercado financeiro e captar novos recursos para a balança económica.

A BODIVA é, fundamentalmente, um mecanismo para a criação de liquidez e transparência no mercado financeiro angolano. Ela oferece uma plataforma que conecta compradores e vendedores de activos financeiros, sendo essencial para a consolidação do mercado das acções e das dívidas, também proporciona um ambiente regulado e seguro tanto para entidades colectivas quanto particulares.

Nestes cenários marcados por enormes desafios económicos e políticos, a presença de uma bolsa de valores robusta é uma garantia de que o país pode atrair investimentos externos e aumentar a confiança dos investidores internos.

No entanto, a BODIVA ainda enfrenta espinhos, como a falta de uma cultura de investimentos, uma base reduzida de empresas na bolsa e a dependência dos sectores, como o petróleo e as telecomunicações. A Unitel, enquanto maior operadora de telecomunicações do país, é seguramente uma das empresas estratégicas. Ao entrar na bolsa de valores mobiliários pode ter um impacto profundo na economia, tanto no sector das telecomunicações quanto no desenvolvimento de uma infraestrutura sólida.

A Unitel, como gigante no sector de telecomunicações, pode usar a entrada na bolsa como uma ferramenta para captar recursos financeiros para expansão e inovação. As telecomunicações constituem um sector fundamental para o desenvolvimento de uma economia digital e a captação de capital na bolsa permitirá à Unitel investir em novas tecnologias, melhorar sua cobertura e reduzir a desigualdade no acesso à internet e aos serviços digitais em Angola. Com a entrada na BODIVA, a Unitel torna-se mais visível para os investidores internacionais, o que pode aliciar mais capital estrangeiro. Isso é especialmente importante para Angola, pois pode ajudar a reduzir a dependência do capital nacional e abrir portas para novos fluxos de investimentos no país e de contribuir para a internacionalização da empresa.

A entrada das empresas de grande porte, como Unitel e Sonangol, na BODIVA tem o potencial de transformar a economia de Angola em várias dimensões: atracção de investimentos externos e melhoria da confiança no mercado de criação de empregos, capacitação de mão-de-obra, diversificação económica, redução da dependência do petróleo, estabilidade macroeconómica e desenvolvimento sustentável.

A entrada da BODIVA, junto com as grandes empresas, tem o potencial de avançar um grande impacto na economia de Angola. Para a nossa economia e que está em desenvolvimento, desde a mobilização de recursos financeiros, criação de um mercado secundário de activos, transparência e gestão.

Além do aumento da confiança no mercado nacional, a presença das empresas como a Unitel e a Sonangol na bolsa traz consigo maior confiança no mercado nacional e contribui para a redução da perceção do risco associada ao investimento em Angola. Apesar dos potenciais benefícios, há alguns desafios a serem enfrentados, como: volatilidade do mercado, falta de cultura de investimento, infraestrutura e regulamentos.

A entrada das empresas como a Unitel e Sonangol na bolsa tem o potencial de avançar uma transformação considerável na economia. Não só fortalecerá o mercado de capitais mas também impulsionará o crescimento de sectores estratégicos, atraindo investimentos, gerar novos empregos e diversificar a economia.

Contudo, para que esses benefícios se concretizem, é essencial que haja um ambiente estável, transparente e bem regulamentado, todavia, a estabilidade política e a transparência institucional são fundamentais para garantir que esses benefícios sejam sustentáveis ao longo do tempo.

No entanto, se os desafios forem superados, a entrada das principais empresas nacionais na bolsa tem o potencial de ser um marco importante no desenvolvimento económico de Angola, proporciona a diversificação da economia, atrai investimentos, cria empregos e fortalece a gestão corporativa. A longo prazo, isso pode resultar em uma economia mais sólida, sustentável e resiliente, capaz de enfrentar as incertezas do mercado global e oferecer mais oportunidades para seus cidadãos.

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