A agência de classificação de risco Fitch Ratings reiterou o rating ‘B-‘ de Angola, que vigora desde o dia 15 de Dezembro de 2023, considerando uma perspectiva estável. Em Junho, a consultora manteve a mesma cotação que indica uma qualidade de crédito especulativa, com maior risco associado em comparação com investimentos mais seguros. Esta classificação significa que o emissor tem uma capacidade relativamente fraca em cumprir com suas obrigações financeiras, embora a possibilidade de inadimplência ainda seja considerada improvável no curto prazo.
O “B-” está abaixo do nível de “BBB” e sugere uma maior sensibilidade a condições económicas adversas, como fluctuações nos preços das commodities, mudanças nas políticas fiscais ou choques financeiros externos.
A análise da consultora considera que o Rating de Inadimplência do Emissor (IDRs-Issuer Default Rating) de Angola é fundamentado pelos indicadores fracos de governança, alta inflação, altos níveis de dívida pública, dominada em moeda estrangeira e um dos mais altos níveis de dependência de commodities entre os soberanos classificados pela Fitch. Estes são contrabalançados por elevadas reservas internacionais em relação aos pares, excedentes da balança corrente e riscos de reembolso da dívida administráveis devido a uma conjuntura de preços do petróleo ainda favorável.
A perspectiva apresentada pela Fitch Ratings, na última sexta-feira (13), antecipa que Angola continuará a apresentar excedentes correntes nos próximos anos, estimados em 6% do PIB em 2024 e 1,3% em 2025, após um valor de 3,8% registado em 2023.
Em relação ao rácio dívida pública/PIB, a agência prevê uma redução significativa de projecções de 73,7% no final de 2023 para 63,9% em 2024 e 58,6% em 2026. Esta trajectória descendente será sustentada por um robusto crescimento nominal do PIB e pela manutenção de excedentes primários, os quais deverão compensar os efeitos adversos da depreciação cambial sobre a dívida externa, que representa cerca de 70% do total da dívida pública.
Também foram previstos que as amortizações externas de Angola permanecerão altas, em torno de US$ 6,2 biliões em 2025 e US$ 5,4 biliões em 2026. Destacando que esses pagamentos serão financiados por receitas petrolíferas, empréstimos multilaterais e garantias com petróleo. A agência também espera uma melhoria no acesso de Angola ao mercado externo devido à flexibilização monetária nos EUA e na zona do euro.