Finanças & Wall Street

Banco Central aprova fusão do Access com o Chartered Angola

Nelson Francisco Sul

2 Janeiro, 2025 - 21:05

Nelson Francisco Sul

2 Janeiro, 2025 - 21:05

O negócio da compra de 60% do Standard Chartered Bank Angola custou, aos cofres do Access Bank Angola, 10.1 milhões de dólares norte-americanos, de acordo com a informação exclusiva obtida pelo O Telegrama

O Banco Nacional de Angola (BNA) acaba de aprovar a fusão entre o Access Bank Angola e o Standard Chartered Bank Angola (SCBA), operação que foi manifestada pelas duas entidades na primeira quinzena de Novembro do ano passado, após a aprovação da Autoridade Reguladora da Concorrência (ARC), que, em Agosto último, deliberou, por unanimidade, “não se opor ao referido acto de concentração”, considerando que a fusão dos dois bancos “não criam entraves significativos à concorrência”.

Com luz verde do Banco Central, tomada na última segunda-feira (30), que já notificou ao Conselho de Administração e à Comissão Executiva do Access Bank Angola, presidida por Licínio Menezes de Assis e Ricardo Matias Ferreira Petinga, respectivamente, os 40% das acções que o Estado angolano detinha no Chartered Angola, através da Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA), vão, agora, fundir-se ao Access Angola e estarão diluídos entre 12% a 15%, segundo uma fonte do O Telgrama.

Os nigerianos fizeram uma proposta à empresa pública de seguros que, entretanto, recuou nas conversações, argumentando que a proposta o subvaloriza e criava incertezas.

Quanto à compra das acções de Dumilde Rangel, o único “sobrevivente” entre os ex-accionistas do antigo Finibanco Angola, as negociações ficaram encravadas devido a desentendimentos entre os herdeiros.

Entretanto, com a efectivação da fusão autorizada pelo regulador bancário, e tendo em vista o aumento de capital que o Access Bank Angola deverá proceder, os 0,80% que os herdeiros de Dumilde Rangel detêm na unidade local do banco de origem nigeriano serão diluídos em quase nada. A única alternativa será a venda das acções, sendo pouco provável que os herdeiros decidam injectar dinheiro fresco para se manterem na estrutura accionista.

A ENSA, que deverá ter entre 12% a 15%, aguarda por uma luz verde do IGAPE – Instituto de Gestão de Participações do Estado-, relativamente à alienação dessas acções.

O negócio da compra efectiva de 60% do Standard Chartered Bank Angola foi fechado a 4 de Outubro de 2023, tendo as partes informado o mercado três meses antes (Julho), após a assinatura do contrato de promessa. O montante da aquisição não foi revelado, mas O Telegrama sabe que os nigerianos desembolsaram pouco mais de 10 milhões de dólares norte-americanos.

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Nelson Francisco Sul

Director

Nasceu em Benguela, cursou Direito, mas apaixonou-se pelo Jornalismo. Desde então, esteve sempre inclinado em jornalismo político e investigativo. Foi correspondente na Deutsche Welle, emissora internacional da Alemanha, e no Expresso, o principal jornal de informação generalista de Portugal. Em Angola, conta com passagens em diversos órgãos, destacando o extinto Semanário Angolense e o jornal económico Expansão. Até fundar o O Telegrama, Nelson prestou consultoria em duas agências britânicas de classificação de risco de crédito e de risco reputacional de negócios.

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