Em Foco

Resumo do comportamento do preço do brent em 2024

Bernardo Bunga

15 Janeiro, 2025 - 16:48

Bernardo Bunga

15 Janeiro, 2025 - 16:48

Quando analisada a dinâmica dos preços mensais ao longo dos últimos doze meses, observa-se uma estabilidade relativa, com variações dentro de uma faixa limitada, preconizando a ausência de choques significativos no mercado global de petróleo durante o período em questão

No ano de 2024, o preço médio do petróleo apresentou uma estabilidade relativa, situando-se, em média, em US$ 79,86 por barril ao longo do ano. No início do período, especificamente em Janeiro, o preço do Brent, referência internacional para o mercado de petróleo, registou uma cotação inicial de 80,04 dólares por barril seguido por uma progressiva valorização em Fevereiro, com US$ 81,23 e, em Março, alcançou US$ 84,22, apontando para uma ligeira oscilação dentro de um intervalo moderado, fixando o preço do Brent no primeiro trimestre em US$ 81,83, representando uma queda de 1,33% em relação ao mesmo período de 2023.

O preço do petróleo evidenciou flutuações, destacando o mês de Abril como o período de maior valorização do “ouro negro”, quando o barril atingiu a cotação máxima de 89,12 dólares.

Em contrapartida, Novembro destacou-se como o mês de menor valorização do Brent, com o preço do barril a fixar-se no patamar mínimo de US$ 72,98. Especialistas justificaram essa menor valorização do barril pela menor demanda chinesa pela commoditie e a intenção de menos cortes nas taxas de juros dos EUA.

De acordo com a agência independente do Departamento de Energia dos Estados Unidos da América, Energy Information Administration (EIA),  “embora os combates entre Israel e o Hamas não tenham afectado o fornecimento regional, os conflitos no Oriente Médio aumentaram o risco de interrupção do fornecimento regional e podem aumentar os preços do petróleo. Além disso, a milícia Houthi baseada no Iêmen começou a atacar navios que entravam no Mar Vermelho no final de 2023 e início de 2024, causando grandes interrupções no comércio à medida que navios, incluindo petroleiros, redireccionavam para evitar a área”.

“Estimamos que o consumo global de petróleo cresceu menos de 1 milhão de barris por dia (b/d) em 2024, menos do que o crescimento médio anual na década anterior à pandemia de 1,5 milhão de b/d, de acordo com dados em nosso Short-Term Energy Outlook de Dezembro”, destaca a agência.

A baixa oscilação do preço do petróleo resultou em uma performance acima das expectativas iniciais projectadas no Orçamento Geral do Estado (OGE) de Angola. O documento foi elaborado com base em um preço médio do barril de petróleo estimado em 65 dólares. No entanto, o preço médio efectivo do barril de petróleo Brent encerrou o ano em US$ 79,86. Esta discrepância positiva de US$ 15 por barril em relação ao cenário orçamentado proporcionou um excedente razoável.

As flutuações no preço do petróleo em 2024 estiveram directamente ligadas a uma série de factores interdependentes e dinâmicos, que englobam aspectos económicos, geopolíticos e estruturais do mercado global. Entre os principais elementos que contribuíram para a volatilidade do preço do petróleo, destaca-se a desaceleração económica na China, que, enquanto segunda maior economia mundial, exerce uma pressão significativa sobre a demanda por commodities energéticas. Essa desaceleração resulta em uma redução das importações de petróleo por parte da China, que afectou directamente os preços devido à diminuição do consumo mundial.

Vale dizer que as tensões geopolíticas, particularmente nas regiões produtoras de petróleo do Oriente Médio, actuaram como um factor de incerteza, amedrontando o mercado a partir da percepção de riscos de interrupção no fornecimento de petróleo.

Partilhar nas Redes Sociais

Bernardo Bunga

EDITOR DE ECONOMIA & OIL

Bernardo Bunga é Editor de Economia & Oil no O Telegrama e possui mais de 5 anos de experiência em análise económica e planeamento financeiro. Licenciado em Economia pela Universidade Católica de Angola (UCAN), detém, também, o bacharel em Gestão Financeira pela Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (UAN). Fez parte da equipa de consultores que prestou consultoria ao Banco Mundial, ao Ministério do Planeamento e ao Ministério das Finanças para a harmonização de salários e subsídios dos projectos da representação em Angola do Banco Mundial. Actuou como consultor na Global Education e na Knowledge – Consultores & Auditores. Possui formações em planeamento e estratégia de tomada de decisão, teoria das restrições – Lean e Six Sigma (TLS), Excel Avançado e Análise de Dados.

Leia também

error: Content is protected !!

Leia o principal veículo de informação financeira de Angola

CONTEÚDO PREMIUM DESDE

AOA 1.999/Mês