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Angola fecha 2024 com inflação em 27,50%

José Praia

20 Janeiro, 2025 - 09:51

José Praia

20 Janeiro, 2025 - 09:51

A variação homóloga da inflação durante os 12 meses afectou, principalmente, a redução no poder de compra e o empobrecimento da população, desvalorização da moeda nacional e distorções nos preços relativos, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) e em linha com a estimativa de inflação do Banco Central angolano

No período de Janeiro a Dezembro de 2024, a inflação mensal média calculou-se em 2,05%, uma variação que se apresenta alta, face ao contexto económico que se vive no País.

No primeiro mês do ano em referência, a taxa de inflação registou uma variação de 2,49% e, em Fevereiro, acelerou para 2,58%, desacelerando para 2,54% no mês de Março, apontando, assim, para uma oscilação inflacionária no primeiro trimestre numa média de 2,54%, segundo os cálculos do O Telegrama com base no Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPNC, Dezembro de 2024) do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Com o registo de 2,61%, Abril foi o mês que apresentou maior variação nos preços de bens e serviços no consumidor nacional, tendo observado uma aceleração de 1,69 pontos percetuais (pp) comparativamente ao período homólogo de 2023, quando se fixara em 0,92%.

O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola (BNA), órgão responsável para a estabilidade de preços entre outras políticas monetárias, financeira e cambial, justificou que “o crescimento do preço dos alimentos resultou, fundamentalmente, da insuficiente oferta de produtos de amplo consumo na economia, tendo em conta a redução das importações, que não tem sido compensada, na mesma magnitude, pelo aumento da produção nacional”.

Os dados da entidade dirigida pelo economista José dos Santos Calengi apresenta o mês de Outubro como campeão da inflação mensal baixa. No décimo mês de 2024, a inflação mensal teve uma variação nos preços em 1,55%, tendo ocorrido uma desaceleração de 0,6 pp, quando comparamos com igual período de 2023, que se fixara em 2,15%.

Para o CPM, a desaceleração na inflação mensal no décimo mês do ano passado foi possível graças à maior oferta de produtos de amplo consumo e a relativa estabilidade da taxa de câmbio.

“As condições prevalecentes na economia, marcadas pela disponibilidade de uma maior oferta de produtos de amplo consumo associadas às condições monetárias adequadas e à relativa estabilidade da taxa de câmbio, têm contribuído para a desaceleração da inflação”, justificou BNA.

Em Dezembro, a taxa de inflação mensal registou 1,70%, uma desaceleração de 0,72 pp, em relação ao período homólogo, quando se calculou em 2,42%. Posiciona-se como a segunda taxa de inflação mensal mais baixa nos últimos 4 anos.

Ao fechar 2024 na banda de 27,50%, a inflação homóloga do INE apresenta um dado que vai em linha com a meta perspetivada pelo Banco Central, que, na 120.ª reunião Ordinária do seu Comité de Política Monetária, ocorrida a 19 de Novembro, em Ndalatando, calculou a inflacção em torno de 27%.

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José Praia Pedro

EDITOR DE EMPRESAS & MERCADOS

No início do verão de 2024 juntei-me à equipa de jornalistas da revista O Telegrama, dividido entre a Editoria de Economia & Oil e a Editoria de Empresas & Mercados. Professor de matemática, fiz licenciatura em Economia na Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (UAN). Tenho a responsabilidade de manter debaixo de olho tudo o que se passa no panorama dos negócios empresariais e, sobretudo, nos mercados financeiros domésticos e internacionais, desde a ‘Bolsa de Luanda’ (BODIVA), de New York Stock Exchange (NYSE) e NASDAQ, passando pela chinesa Shanghai Stock Exchange Euronext; Hong Kong, Saudi Exchange até a Bolsa de Valores de Londres ou, se preferirem, London Stock Exchange.

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