Finanças & Wall Street

EXCLUSIVO: Ex-CEO do Access Bank Angola condenado a pagar AOA 100 milhões

Nelson Francisco Sul

20 Janeiro, 2025 - 18:18

Nelson Francisco Sul

20 Janeiro, 2025 - 18:18

O ex-presidente da Comissão Executiva do Access Bank Angola foi condenado, esta segunda-feira, por diversos crimes contra o mercado financeiro. Rui Pereira está inibido de exercer funções como membro de órgão social ou titular de cargo de gestão relevante, durante o período de cinco anos

No final de uma investigação aberta há três meses, na sequência do processo de contravenção n.º NBA1ACCESSPC/042/24, o Banco Nacional de Angola condenou, nesta segunda-feira, o ex-número um na gestão do Access Bank Angola.

Na decisão, o Banco Central dá como provado os factos imputados à Rui Manuel Diniz Meireles e Martins Pereira, sob a nota de acusação n.º 102/DRO/RAAS/2024, datada de 21 de Outubro de 2024.

O gestor português, que renunciou ao cargo no dia 15 de Julho, com efeitos a 31 de Agosto, foi condenado por infracções de incumprimento do código de conduta dos mercados interbancários, em virtude da concessão de vantagem patrimonial indevida aos operadores do mercado.

Foram, também, dados como provados o incumprimento do dever (de) assegurar a gestão sã e prudente da instituição, em decorrência do cargo e função que ocupava, conforme previsto no n.º 1 do artigo 70.º da Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras.

Na qualidade de Presidente da Comissão Executiva, diz o regulador bancário, Rui Pereira tinha o dever de implementar procedimentos internos robustos para prevenir riscos operacionais e reputacionais.

“Contudo, a ausência de políticas eficazes evidenciou uma falha de governança, comprometendo a confiança do público e do mercado no Access Bank, facto que configura contravenção muito grave, conforme previsto e punível nos termos da alínea k) do artigo 387.º conjugado com a alínea c) do artigo 375.º da Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras”, lê-se no documento.

Rui Pereira foi ainda condenado por “incumprimento das normas sobre a concorrência, devido a obtenção de vantagens injusta sobre os seus concorrentes cambiais, através de concertações de acordos com as sociedades INERIAM SOLUÇÕES, A. Lello Internacional Angola (SU), Miranda e Paulo – Comércio e Prestação de Serviços, Lda, BMF Consulting e Parabolas Comercial, Lda”.

Assim, tendo em conta as infracções cometidas, o BNA aplicou a medida sancionatória pecuniária no montante de 100 milhões de kwanzas contra gestor, que, também, lhe foi aplicado a sanção acessória de “inibição do exercício de funções como membro de órgão social ou titular de cargo de gestão relevante, durante o período de cinco anos.

Segundo o documento consultado pelo O Telegrama, Rui Martins Pereira tem 15 dias para impugnar judicialmente a decisão do BNA nos termos da Lei do Regime Geral das Instituições Financeiras. O O Telegrama tentou, sem sucesso, ouvir o ex-CEO da entidade bancária de origem nigeriana.

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Nelson Francisco Sul

Director

Nasceu em Benguela, cursou Direito, mas apaixonou-se pelo Jornalismo. Desde então, esteve sempre inclinado em jornalismo político e investigativo. Foi correspondente na Deutsche Welle, emissora internacional da Alemanha, e no Expresso, o principal jornal de informação generalista de Portugal. Em Angola, conta com passagens em diversos órgãos, destacando o extinto Semanário Angolense e o jornal económico Expansão. Até fundar o O Telegrama, Nelson prestou consultoria em duas agências britânicas de classificação de risco de crédito e de risco reputacional de negócios.

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