Rui Manuel Martins Pereira assegurou, em nota enviada ao o O Telegrama, que vai recorrer da condenação aplicada pelo Banco Central angolano pelas sanções aplicadas e consubstanciadas numa multa de AOA 100 milhões e inibição do exercício de funções como membro de órgão social ou titular de cargo de gestão relevante, durante o período de cinco anos.
“Como é óbvio, irei recorrer desta decisão, a qual é manifestamente injusta e inadequada”, disse o ex-número um na gestão do banco de matriz nigeriana.
Rui Pereira alega que as acusações que resultaram na sua condenação foram tomadas na Comissão Executiva, um órgão de decisão colegial, e que tal prática é similar a todos os players no mercado bancário.
“Tratou-se de um processo transparente no FNB/ACCESS, que resultou de uma decisão colegial da Comissão Executiva do Banco à data em funções e com toda a legitimidade e que visou proteger os interesses dos clientes e da própria instituição, similar, aliás, à prática de outros players no mercado (tudo dentro das regras em vigor)”, disse.
O ex-gestor português, que liderou o banco entre 2021 (na época Finibanco Angola) até Agosto de 2024, diz estar a ser vítima de perseguição da actual gestão liderada por Ricardo Ferreira, a quem acusa de deslealdade e manipulador.
“Fruto de uma vendetta despoletada no seio da instituição que liderei, levada a cabo por um ser pérfido e execrável e pelos seus lacaios, foi criada uma narrativa que visou a mim e a outros quadros relevantes do banco e que deu origem a este processo e já levou a que vários quadros do FNB/ACCESS tenham deixado a instituição e agora à minha penalização”, afirmou Rui Pereira.
E concluiu dizendo que irá exercer os seus direitos e fazer valer a sua defesa. “Em mais de duas décadas do exercício bancário, nunca em momento algum infringi (as regras aplicáveis) ou orientei alguém a fazê-lo, como tal contestarei no forum próprio esta decisão”.
Rui Manuel Diniz Meireles e Martins Pereira está ligado à banca desde 1998, tendo iniciado carreira no Finibanco Portugal, onde foi subdirector e, mais tarde, director, no Banco Montepio. Em 2012, transferido para o Finibanco Angola, onde o Montepio detinha 51% do capital, o gestor passou por variadíssimas funções até chegar ao posto máximo da entidade, como a de director de organização e informática, director de auditoria e controlo interno, board advisor, director de organização e métodos e administrador executivo.