CPLP +

Michael Bloomberg vai financiar órgão climático da ONU, após EUA deixarem Acordo de Paris

Camila Zarur

23 Janeiro, 2025 - 23:57

Camila Zarur

23 Janeiro, 2025 - 23:57

Essa é a segunda vez que o empresário americano anuncia esse tipo de medida; no primeiro mandato de Donald Trump, o mandatário também retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris

O empresário americano Michael Bloomberg anunciou que a fundação Bloomberg Philanthropies vai ampliar o financiamento à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), para cobrir o vácuo criado com a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. O órgão é responsável em analisar e traçar diretrizes no combate ao aquecimento global.

Bloomberg hoje ocupa o cargo de enviado especial do Secretário-Geral da ONU para ambição e soluções climáticas. Em nota divulgada pela fundação do bilionário, ele afirmou que a Bloomberg Philanthropies e outros financiadores climáticos do Estados Unidos vão garantir que o país cumpra com as obrigações climáticas globais, inclusive as metas de de redução das emissões de gases do efeito estufa.

Essa é a segunda vez que o empresário americano anuncia esse tipo de medida. No primeiro mandato do presidente Donald Trump, o mandatário também retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris. Em reação, Bloomberg e o então governador da Califórnia, o democrata Jerry Brown, lançaram o America’s Pledge, uma iniciativa para manter o cumprimento dos compromissos climáticos e a divulgação dos dados do país.

De 2017 a 2020, durante um período de inação federal, cidades, Estados, empresas e o público enfrentaram o desafio de sustentar os compromissos de nossa nação. E agora, estamos prontos para fazê-lo novamente”, disse Bloomberg, no comunicado.

Cada vez mais americanos têm suas vidas devastadas por desastres agravados pelas mudanças climáticas, como os incêndios destrutivos na Califórnia. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos estão experimentando os benefícios econômicos da energia limpa, com custos mais baixos e mais empregos sendo criados em Estados republicanos e democratas. O povo americano continua determinado a lutar contra os efeitos devastadores das mudanças climáticas”, completou.

Na mesma nota, Bloomberg garantiu que americanos interessados no combate ao aquecimento global vão estar presentes nas Conferências Climáticas da ONU. Para isso, o empresário vai financiar os pavilhões de ações climáticas dos EUA.

“Embora o financiamento governamental continue sendo essencial para nossa missão, contribuições como esta são vitais para permitir que o secretariado da ONU Mudança Climática apoie os países no cumprimento de seus compromissos no âmbito do Acordo de Paris e na busca por um futuro de baixa emissão, resiliente e mais seguro para todos”, afirmou o secretário-executivo da agência da ONU para mudanças climáticas, Simon Stiell, no comunicado de Bloomberg.

Segundo o balanço da UNFCCC, os Estados Unidos pagaram mais de 7 milhões de euros à agência em 2024 — o que representa 22% do orçamento total do ano passado. Foi o país que mais destinou recursos à ONU Mudança Climática, sendo seguido pela China (5,6 milhões de euros) e Japão (2,9 milhões).

Para manter o cumprimento das metas de emissões dos Estados Unidos, Bloomberg vai continuar apoiando a coalizão America Is All, que reúne Estados, cidades, empresas e instituições locais americanas. O compromisso é que haja uma redução entre 61% e 66% de suas emissões até 2035.

*VALOR ECONÔMICO / Brasil

Partilhar nas Redes Sociais

Leia também

error: Content is protected !!

Leia o principal veículo de informação financeira de Angola

CONTEÚDO PREMIUM DESDE

AOA 1.999/Mês