“Je, mbuzi hucheka ndevu za kichaa” — a expressão suaili que traduz “o bode ri-se da barba do maluco” ilustra bem a ironia da situação actual. Num país como o nosso, onde a fome dita o ritmo da vida e a esperança se desfaz antes mesmo de nascer, o que deveria ser uma simples contribuição à construção do bem-estar da nação transformou-se em uma verdadeira tragédia. O imposto, algo que deveria garantir dignidade e serviços essenciais, tornou-se moeda de troca para interesses aumentados em jugos de corrupção, onde os recursos destinados ao bem-estar colectivo foram desviados para enriquecer poucos, à custa do sofrimento da maioria.
Do ponto de vista financeiro, esse tipo de fraude não prejudicou apenas a arrecadação e o financiamento de políticas públicas, como também minou a confiança do cidadão no sistema. Quando valores avultados de kwanzas são desviados de um mecanismo que deveria ser uma das principais fontes de investimento público, o impacto é devastador.
Entretanto, a falha no controlo fiscal e os desvios de recursos têm implicações directas na avaliação do país por agências internacionais de rating, como Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch. Estas agências não apenas avaliam a capacidade de um país para honrar suas dívidas, mas também observam de perto a transparência fiscal, a eficiência das instituições públicas e a estabilidade política.
Quando essas falhas são evidenciadas, a confiança dos investidores e da comunidade internacional diminui, o que pode resultar em um rebaixamento da classificação de crédito do país, esse rebaixamento não só agrava a percepção de fragilidade económica, mas também amplia a percepção de risco associada ao país, o que pode resultar em um aumento no custo do capital e redução na atratividade dos investimentos.
Dada a nossa classificação actual, que já é desfavorável, é imperativo adoptarmos medidas de melhoria no controlo fiscal e na gestão dos recursos públicos. A recuperação da confiança externa e a estabilização da nossa classificação de crédito são essenciais para garantir a continuidade do desenvolvimento económico sustentável e a atracção de investimentos estratégicos para o país.
Esperamos que não fiquemos no loop do “Até Kizua Kiengui?” – o eterno “Até quando?” –, mas que, em vez disso, esperamos romper com esse padrão e construir um futuro económico mais sólido e confiável.