O presidente francês promete apresentar um novo primeiro-ministro “nos próximos dias” que possa representar “todas as forças políticas” e que consiga unir o país.
“Não assumirei as responsabilidades dos outros”, afirmou Emmanuel Macron na comunicação ao país esta quinta-feira, depois da demissão do governo liderado por Michel Barnier, após a moção de censura aprovada, defendendo a escolha do primeiro-ministro demissionário. E garantiu que vai cumprir o mandato no Eliseu até 2027.
Considerando que a União Nacional de extrema-direita se juntou à esquerda por “cinismo” e para lançar o “caos”, Macron responsabilizou os deputados que viabilizaram a queda do Executivo. “Apesar das concessões feitas, o governo foi censurado porque a extrema-direita e a esquerda uniram-se “numa frente antirrepublicana”. “Se assumo todas as minhas responsabilidades não assumirei as responsabilidades de outros”, afirmou.
Para os próximos dias, ficou a promessa de apresentar um novo primeiro-ministro, anunciando que hoje “começa uma nova era e todos devemos agir pela França, porque o mundo avança e devemos ser ambiciosos pela França”, frisou. “Dar-lhe-ei instruções para formar um governo de interesse nacional que represente todas as forças políticas de um arco de governação que possa participar nele ou, no mínimo, que se comprometa a não o censurar”, acrescentou.
A prioridade, anunciou, será o Orçamento do Estado para 2025 que ficou na gaveta com a queda do governo de Barnier. Até que exista um novo documento, Macron prometeu uma lei de finanças especial para impedir a paralisação dos serviços públicos. O presidente anunciou “uma lei especial que será apresentada no parlamento até meados de dezembro – uma lei temporária que assegurará a continuidade dos serviços públicos e da vida do país, tal como previsto na nossa Constituição”, sublinhou.
“A lei aplicará em 2025 as escolhas feitas em 2024 e conto com uma maioria para a adotar no Parlamento”, acrescentou. “O único calendário que me interessa não é o das ambições, é o da nossa nação”, insistiu o chefe de Estado. “Temos 30 meses pela frente, até ao fim do mandato que me confiaram, para que o governo possa atuar.”
Macron tem-se mantido praticamente em silêncio desde que rebentou a crise política em França, tendo-se mesmo ausentado do país, para uma viagem oficial à Arábia Saudita, durante a fase de apresentação e votação das moções de censura da esquerda e da extrema-direita da União Nacional (UN).
O presidente francês aceitou esta quinta-feira o pedido de demissão do primeiro-ministro, Michel Barnier, depois de este ter sido afastado através de uma moção de censura apresentada pela esquerda da Nova Frente Popular que teve o apoio da extrema-direita, liderada no parlamento por Marine Le Pen.
Hoje começa uma nova era e todos devemos agir pela França, porque o mundo avança.
Emmanuel Macron, Presidente francês