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Papa autoriza novo processo para reformas católicas após um mês de internação

Folhapress

15 Março, 2025 - 16:34

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15 Março, 2025 - 16:34

O comunicado indica que o pontífice continua ativo em seu posto e não tem intenções de renunciar, como chegou a ser especulado em razão de seu estado de saúde

O papa Francisco autorizou um novo ciclo de três anos de estudos e debates para possíveis reformas na Igreja Católica, afirmou o Vaticano neste sábado (15).

O comunicado indica que o pontífice continua ativo em seu posto e não tem intenções de renunciar, como chegou a ser especulado em razão de seu estado de saúde.

Na última sexta (14), o papa completou um mês de internação no hospital Agostino Gemelli, em Roma, após dar entrada no local com uma infecção respiratória considerada grave.

De acordo com os médicos, o papa está em evolução do quadro clínico, não corre risco iminente de morte, mas ainda não há previsão de alta.

A decisão de Francisco anunciada neste sábado é para estender por mais três anos o Sínodo dos Bispos, uma reunião episcopal de especialistas que serve de mecanismo de consulta do papa.

Uma das marcas de seus 12 anos de gestão à frente da Igreja, o processo tem servido como base para reformas na instituição.

Já foram debatidas a maior participação de mulheres, inclusive na tomada de decisões, e a aproximação entre a Igreja e determinados grupos, como divorciados em segundo casamento e pessoas LGBTQIA+.

O processo do sínodo envolve uma fase de escuta e síntese antes de uma Assembleia-Geral que reúne bispos, cardeais, religiosos de outros graus e leigos. Tem como função aprovar um relatório a ser encaminhado ao papa.

“O Santo Padre está ajudando a conduzir a renovação da Igreja em direção a um novo impulso missionário”, disse o cardeal Mario Grech, o oficial que lidera o processo de reforma, ao veículo de comunicação oficial do Vaticano. “Este é verdadeiramente um sinal de esperança”.

O último sínodo terminou em Outubro sem propor mudanças profundas no catolicismo, apesar do aceno à maior abertura às mulheres.

O texto disse que “não há razões que impeçam as mulheres de assumirem papéis de liderança na Igreja” e pede para que o debate sobre o diaconato feminino continue.

Os diáconos, que hoje só podem ser homens, inclusive casados, são o primeiro degrau na hierarquia católica, abaixo de padres e bispos. Eles podem realizar batizados, casamentos e funerais, mas não podem celebrar a eucaristia, ouvir a confissão ou realizar a unção dos enfermos (extrema-unção).

Outro tema que havia sido retirado da pauta oficial, a inclusão da comunidade LGBTQIA+ não foi abordada no documento final, exceto por uma breve menção “àqueles que compartilharam o sofrimento de se sentirem excluídos ou julgados pela sua situação conjugal, identidade e sexualidade”.

Em seu discurso de encerramento, Francisco afirmou que os temas divisivos, confiados aos dez grupos de estudos, precisam de “tempo para chegar a escolhas que envolvam toda a Igreja”.

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