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Alemanha no epicentro da crise de insolvências na Europa

Bernardo Bunga

17 Dezembro, 2024 - 22:24

Bernardo Bunga

17 Dezembro, 2024 - 22:24

Aceleração do nível de insolvências na Alemanha é um reflexo directo das pressões económicas acumuladas ao longo dos últimos anos, estimando-se um total de 121.000 no corrente ano, com os passivos a excederem os activos no balanço patrimonial das empresas. O aumento das insolvências tem causado dificuldades em sectores como o da construção civil, transporte, manufactura e indústria

A economia alemã tem enfrentado uma onda preocupante de insolvências, evidenciando os desafios estruturais e conjunturais que vêm impactando empresas em diversos sectores. Em 2024, o número de insolvências corporativas atingiu 22.400 casos, marcando um aumento de 24,3% em relação ao ano anterior.

Dados publicados nesta segunda-feira (16), resultados de um estudo feito pela Creditreform, uma organização alemã especializada em análise de crédito, gestão de risco e estatísticas económicas, dão conta que foram registados 121.300 processos de insolvências em toda a Alemanha em 2024, um aumento de 10,6% em comparação com o ano de 2023 (109.680 processos) e as insolvências corporativas  cresceram quase 25% em relação ao ano anterior.

O aumento das insolvências tem causado dificuldades em sectores como o da construção civil, transporte, manufactura e indústria.

Especialistas argumentam que esse aumento expressivo ilustra não apenas os efeitos acumulados de crises económicas recentes mas também as pressões decorrentes de custos crescentes, interrupções nas cadeias de suprimentos e a alta persistência das taxas de juros. Esses factores, segundo especialistas, fragilizaram ainda mais as empresas que já operavam com margens apertadas, levando a um crescimento acelerado nas falências, demonstrando a necessidade de apoio governamental para evitar o colapso de sectores-chave da economia.

Esse cenário remonta ao ano de 2015, última vez em que se observou números similares. Entretanto, o aspecto mais alarmante é o crescimento das insolvências pessoais, que representam a incapacidade de indivíduos em honrar suas obrigações financeiras, levando-os a buscar renegociações ou alívio judicial de dívidas.

Em 2024, houve um total de 72.100 novos processos registados, um aumento de 8,5% em relação ao ano anterior (66.450 casos), superando os padrões de anos anteriores, revela o estudo, indicando que os efeitos das múltiplas crises recentes económicas, energéticas e sociais estão se consolidando de forma ampla nas estatísticas do gigante da União Europeia.

“O aumento das chamadas “insolvências em cadeia” é particularmente preocupante. As crises em curso nos últimos anos, do Corona à inflação, esgotaram inúmeras empresas e agora estão promovendo essa dinâmica”, Lars Bütow, Director

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Bernardo Bunga

EDITOR DE ECONOMIA & OIL

Bernardo Bunga é Editor de Economia & Oil no O Telegrama e possui mais de 5 anos de experiência em análise económica e planeamento financeiro. Licenciado em Economia pela Universidade Católica de Angola (UCAN), detém, também, o bacharel em Gestão Financeira pela Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (UAN). Fez parte da equipa de consultores que prestou consultoria ao Banco Mundial, ao Ministério do Planeamento e ao Ministério das Finanças para a harmonização de salários e subsídios dos projectos da representação em Angola do Banco Mundial. Actuou como consultor na Global Education e na Knowledge – Consultores & Auditores. Possui formações em planeamento e estratégia de tomada de decisão, teoria das restrições – Lean e Six Sigma (TLS), Excel Avançado e Análise de Dados.

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