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“Angola está longe de alcançar a sustentabilidade”, afirmam especialistas em debate promovido pelo Standard Bank e EcoAngola

Antunes Zongo

17 Maio, 2024 - 17:50

Antunes Zongo

17 Maio, 2024 - 17:50

São vários os factores que colocam Luanda na contramão da “Década da Acção”, como definido pelas Nações Unidas na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotada por todos os Estados-Membros das Nações Unidas em 2015. Aisha Coelho, coordenadora de Sustentabilidade e Comunicação da DP Word, é categórica: Em Angola, temos de reconhecer, há uma lacuna muito grande, e não estamos ainda alinhados à estratégia definida pelas Nações Unidas

Angola está entre os países identificados como tendo um longo caminho por percorrer em matéria de sustentabilidade, tendo em conta as directrizes contidas na Agenda 2030, das Nações Unidas, que lança um apelo global à acção para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Esta observação foi feita por especialistas reunidos ontem, já ao anoitecer, no “60 minutos Eco”, coorganizado entre a EcoAngola e o Standar Bank Angola.

Para os especialistas, embora existam algumas empresas, sobretudo privadas, que vêm dando passos no quadro de suas responsabilidades sociais, o País ainda apresenta um desalinhamento quanto ao cumprimento dos 17 objectivos da Agenda 2030.

“Em Angola, temos de reconhecer, há uma lacuna muito grande, e não estamos ainda alinhados à estratégia definida pelas Nações Unidas, de acordo com os 17 objectivos de sustentabilidade. Algumas das nossas necessidades básicas não estão sanadas, não conseguimos ainda ver a questão da água, do saneamento, não conseguimos ainda ter energia, portanto, temos ainda muitos desafios, e o nosso foco não atinge ainda esta ideia de sustentabilidade”, afirmou a coordenadora de Sustentabilidade e Comunicação da DP Word, Aisha Coelho, que, no evento, abordou o tema sobre o ‘Desenvolvimento Sustentável em Angola’.

Bráulio Marques, da Associação Cazenga Verde (ACAVE), que dissertou sobre os Benefícios Socioambientais e Acções Individuais e Colectivas, apelou à mudança de acções de forma individual, como se livrar de coisas desnecessárias em casa, além de não deixar lixo em locais não apropriados.

À semelhança de outras geografias africanas, Marque fez notar que Angola está sob pressão de potências industriais, estas que, ao longo do século passado e do século XXI, danificaram o ambiente e a capacidade do solo em produzir alimentos.

A Agenda 2030, também designada por Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), incorpora 17 objetivos para tornar o mundo mais sustentável e justo,  nomeadamente, (1) erradicar a  pobreza; (2) erradicar a fome; (3) acesso à saúde e bem-estar; (4) garantir o acesso à educação de qualidade; (5) igualdade de gênero (6), água potável e saneamento; (7) energia limpa e acessível; (8) trabalho decente e crescimento económico; (9) indústria, inovação e infraestrutura; (10) redução das desigualdades; (11) cidades e comunidades sustentáveis; (12) consumo e produção responsáveis; (13) acção contra a mudança global do clima; (14) vida na água; (15) vida terrestre; (16) paz, justiça e instituições eficazes e (17) parcerias e meios de implementação.

É nesta perspectiva que a EcoAngola, em parceria com o Standard Bank Angola, abraçaram o projecto “60 minutos Eco”, que consiste na realização de eventos mensais com temáticas ambientais com vista a “passar conhecimento claramente ambiental, protecção do meio ambiente e a conservação da biodiversidade para o público em geral”, vincou Dara Carreia, engenheira ambientalista e membro da EcoAngola.

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