O Orçamento Geral do Estado (OGE) 2024 teve como previsão uma inflação acumulada de 15,3%, representando um aumento de 4,2 pontos percentuais (p.p.) face ao valor previsto em 2023 (11,10%). Este aumento do valor previsto da inflação pode ser um sinal de que, cada vez mais, se vem tornando difícil controlar a inflação, levando a incertezas sobre o comportamento futuro da mesma na economia nacional e impactando, de forma directa, as decisões de consumos das famílias.
É por estes motivos que todos os governos têm a intenção de controlar a inflação, pois uma inflação descontrolada pressupõe-se que muitas decisões económicas ligadas às famílias, empresas e até mesmo ao próprio Estado, poderão apresentar resultados inesperados.
Segundo os dados do Relatório de Execução do OGE referente ao II Trimestre de 2024, em Junho, a inflação acumulada fixou-se em 15,72%, representando um incremento de 0,42 p.p., acima do previsto no documento político e económico-financeiro mais importante do país.
Embora a diferença entre a inflação prevista e a inflação verificada no segundo trimestre de 2024 não seja de todo significativa, ainda assim surge a necessidade de maior atenção, sobretudo, observam vários analistas, quando olhamos para a inflação homóloga (Junho) que foi de 31%.
O Governo do Presidente João Lourenço tenta controlar a inflação por intermédio de estabelecimento de meta de inflação. E avaliação do seu “esforço” pode ser feita da seguinte forma. Se a inflação verificada for igual ou inferior (desde que não haja um nível de deflação muito alta) à inflação prevista, significa que o Titular do Poder Executivo cumpriu com sua meta do nível de inflação. Ou seja, manteve controlada a inflação no limite previsto. Caso a inflação verificada for superior à inflação prevista, o Titular do Poder Executivo não conseguiu manter o controlo da inflação no limite previsto.
Tem-se como exemplo o ano de 2023 quando a inflação prevista foi fixada em 11,10%, mas, no final do ano, verificou-se uma inflação de 18,19%, o que representou um aumento de 7,09 p.p. do previsto no OGE 2023, ou seja, o controlo da inflação fugiu das mãos do Executivo.