A nova projecção indica que a procura deverá crescer para 1,3 milhões de barris por dia (mb/d) em relação ao ano passado. Segundo a organização, esta revisão incorpora os dados mais recentes relativos ao desempenho do primeiro trimestre de 2025, que indicam uma trajectória de consumo.
Na mesma dinâmica, a projecção para o crescimento da procura mundial de petróleo em 2026 foi igualmente revista para baixo. A OPEP estima que a procura global de petróleo registará um aumento de aproximadamente 1,3 milhões de barris por dia (mb/d) no próximo ano, numa base anual, indicando uma trajectória de crescimento mais moderada face às projecções anteriores.
Em relação à oferta global de petróleo, esta registou um incremento de 590 mil barris por dia (kb/d), situando-se em 103,6 milhões de barris por dia (mb/d), o que representa um aumento de 910 kb/d em comparação homóloga.
Embora a OPEP+ tenha anunciado a intenção de ampliar suas metas de produção em 411 kb/d a partir de Maio, há fortes indícios de que o impacto efectivo poderá revelar-se inferior ao projectado. Isso deve-se à persistente superprodução por parte de alguns membros do cartel, a qual tem limitado a capacidade do grupo de realizar aumentos líquidos significativos sem comprometer o equilíbrio do mercado.
No horizonte de médio prazo, as projecções para o crescimento da oferta global de petróleo em 2025 foram revistas em baixa, com uma redução de 260 kb/d, estimando-se, agora, uma expansão de apenas 1,2 mb/d. Esta revisão está atrelada às expectativas de declínio da produção norte-americana, especialmente do xisto, e na deterioração da produção venezuelana face a constrangimentos estruturais e operacionais.
Para 2026, prevê-se um aumento no crescimento da oferta global, com um acréscimo projectado de 960 kb/d.
Os preços internacionais do petróleo registaram uma correcção acentuada de aproximadamente US$ 10 por barril (bbl) entre Março e o início de Abril, retratando um agravamento do sentimento de risco nos mercados globais. Tal deterioração foi catalisada por um ambiente macroeconómico adverso, caracterizado pela intensificação das tensões comerciais, particularmente a escalada na imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos.
Como reflexo desse contexto, os contratos futuros do Brent estavam a ser negociados, no início do mês de Abril, na casa dos US$ 65/bbl, após terem atingido patamares inferiores a US$ 60/bbl, os mais baixos em mais de quatro anos.