A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) realizou a primeira edição do Ring the Bell for Gender Equality 2025 (Toque a Campainha em Apoio à Igualdade do Género). Durante o encontro, a presidente do Conselho de Administração da BODIVA, Valentina Filipe, afirmou que a iniciativa reflecte o compromisso da entidade em promover os princípios de inclusão e equidade.

“A igualdade de género não é apenas uma aspiração, mas uma realidade e necessidade para um futuro mais justo e próspero”.

O evento contou com dois painéis em que especialistas relataram como as referidas instituições têm contribuído para o empoderamento das mulheres. Na primeira abordagem, a gerente para a Área de Sustentabilidade do Banco de Fomento Angola (BFA), Denise Pinheiro, apresentou um plano político de diversidades da entidade bancária, baseado em cinco eixos para a construção de um ambiente mais inclusivo e sustentável.

Cecília Fernandes, directora da Unitel, apresentou os números da Bolsa Mulheres para o Futuro, criada em 2018, da qual já beneficiaram mais de 200 mulheres nas áreas de tecnologia de informação e comunicação. “Hoje, algumas mulheres com melhores notas encontram-se a trabalhar dentro da companhia”, frisou Fernandes.

Para a presidente interina da Comissão Executiva da BODIVA, “a inclusão financeira e a igualdade de género não são apenas imperativos sociais, mas factores decisivos para a resiliência e a competitividade do mercado de capitais”, disse Cristina Lourenço, acrescentando que “devemos acelerar a transição da intenção para a acção, promovendo a participação feminina em todos os níveis da economia.”

O evento insere-se num movimento global que visa mobilizar as bolsas de valores e instituições financeiras na criação de um mercado mais equitativo e inclusivo. A BODIVA reforça assim o seu compromisso com os Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs), alinhando-se às melhores práticas internacionais e incentivando políticas concretas para fechar a lacuna de género no sector financeiro.

A sub-representação feminina nos mercados de capitais e no sector financeiro reflecte um desafio estrutural. Dados recentes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) indicam que as mulheres possuem, em média, 32% menos riqueza do que os homens e enfrentam mais barreiras no acesso ao crédito e investimento.