A revista O Telegrama lançou-me o desafio de escolher uma personalidade nacional ou estrangeira para 2023. Após muita introspecção, considero que para mim 2023 não tem uma personalidade, mas sim um movimento que nos afecta enquanto continente, seleccionando como acontecimento do ano a crescente onda de emigração rumo à Europa. São sonhos e esperança de uma vida melhor que levam a que homens, mulheres e crianças se sujeitem a situações perigosas que, não raras vezes, culminam em morte, e mesmo os que conseguem chegar a salvo a terra firme deparam-se com campos de refugiados/migrantes em países que não os querem.
São já muitos os que inicialmente prometiam auxílio e hoje querem deportar de regresso ao solo pátrio quem muitos perigos enfrentou e as suas parcas economias gastou.
A pergunta que não quer calar é: de que modo nós estamos a acompanhar e a mitigar o fenómeno? Que tipo de contrapartidas oferecemos às nossas populações e pessoas?
Este será, no meu entendimento, um assunto que marca o nosso 2023 e que necessita urgentemente de debates e sinergias múltiplas para se contornar a situação.
NOTA:
Leia o conteúdo completo desta Edição Especial na edição impressa n.º4 de 20 de Dezembro de 2023.