Finanças & Wall Street

Accionistas decidem hoje o futuro do Banco Sol

Nelson Francisco Sul

29 Abril, 2025 - 07:42

Nelson Francisco Sul

29 Abril, 2025 - 07:42

Os accionistas do Banco do Sol reúnem-se, esta terça-feira (29), em assembleia-geral ordinária, na qual, além da discussão da nova política remuneratória, a apreciação do relatório e contas de 2024, a apreciação do relatório do auditor externo, o encontro vai centrar-se no Plano de Recapitalização e Reestruturação (PRR) 2025-2027.

O Banco Central descobriu um buraco financeiro no Banco Sol, o que motivou os accionistas a trocarem de CEO. Substituíram Teodoro Paixão Franco por Osvaldo Lemos Macaia. O novo gestor, de 41 anos, desenhou um plano de recapitalização e reestruturação, a fim de salvar o banco de uma iminente hecatombe que se poderia alastrar negativamente para o sistema financeiro e a economia no seu todo. Ao convencer o BNA a intervencionar, o primeiro passo foi conseguido. Os passos seguintes estão dependentes da reunião da manhã desta terça-feira e que deve se estender o dia todo

Aprovado pelo Banco Nacional de Angola (BNA), que foi chamado a intervencionar a entidade bancária de importância não sistémica, através da Facilidade de Assistência Emergencial de Liquidez, o PRR traça vários cenários tendentes a evitar o colapso do banco.

A reunião magna junta os oito accionistas, com destaque para Agílio Campos, Presidente da Comissão Executiva da GEFI, a holding do MPLA que detém a sociedade anónima Sansul, detentora de 51% das acções do Banco Sol, e Coutinho Nobre Miguel, segundo maior accionista com uma participação societária de 12,24%, Ana Paula dos Santos, ex-primeira-dama da República, detentora de uma participação uninominal de 5,42%, sendo ainda detentora de outros 10% por intermédio da Fundação Lwini, e António Mosquito, com 6,33%.

É neste encontro em que os accionistas devem decidir sobre a injecção de capital para a recuperação do Banco, além da implementação de outras medidas de reestruturação, identificadas como factores críticos.

A recuperação activa de crédito malparado, o encerramento de 55 agências e unidades de estruturas centrais, a optimização do quadro de pessoal, com a previsão de redução de cerca de 30% do número de colaboradores, a venda de activos imobiliários não afectos à actividade core do banco, estão entre as principais que devem ser postas em prática para a recuperação da entidade bancária.

O Telegrama sabe, entretanto, que uma das questões que poderão ser levadas em cima da mesa tem que ver com a diminuição do Conselho de Administração, tido como bastante obeso para o actual momento de “vacas magras”. Na sua composição, além do presidente do Conselho de Administração, António André Lopes, e do presidente da Comissão Executiva, Osvaldo Lemos Macaia, o Banco Sol comporta na sua estrutura três administradores independentes, dois administradores não executivos e seis administradores executivos.

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Nelson Francisco Sul

Director

Nasceu em Benguela, cursou Direito, mas apaixonou-se pelo Jornalismo. Desde então, esteve sempre inclinado em jornalismo político e investigativo. Foi correspondente na Deutsche Welle, emissora internacional da Alemanha, e no Expresso, o principal jornal de informação generalista de Portugal. Em Angola, conta com passagens em diversos órgãos, destacando o extinto Semanário Angolense e o jornal económico Expansão. Até fundar o O Telegrama, Nelson prestou consultoria em duas agências britânicas de classificação de risco de crédito e de risco reputacional de negócios.
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