Finanças & Wall Street

BCI tem maior lucro em 33 anos de existência

José Praia

14 Fevereiro, 2025 - 10:45

José Praia

14 Fevereiro, 2025 - 10:45

Banco Comercial e Indústria, instituição financeira detida pelo Grupo Carrinho, reportou o maior lucro desde a sua fundação, ao somar um resultado líquido anual calculado em 56,6 milhões de dólares norte-americano. O aumento da riqueza em 38% foi outra rubrica animadora

O BCI registou lucro líquido de AOA 51,6 mil milhões (US$ 56,6 milhões) no quarto trimestre de 2024, de acordo com o balanço da empresa publicado nesta quinta-feira (13), um resultado positivo anual nunca antes alcançado desde a fundação da entidade financeira em 1991.

Numa comparação com o período imediatamente anterior (2023), este resultado representa um aumento de 47,5%, quando se fixou em AOA 35 mil milhões (US$ 42,2 milhões). Assim, o BCI soma um resultado positivo em dois anos consecutivos, depois de uma queda trágica de 95,6% em 2022, período que assinala os primeiros reportes financeiros após a sua compra em leilão pelo Grupo Carrinho em 2021.

A performance das demonstrações financeiras do banco presidido por Renato de Assunção Borges ainda não revisadas pelo auditor independente, destaca um aumento significativo da rubrica do activo, que teve uma alta de 38,1%, saindo do anterior AOA 580,7 mil milhões (US$ 700,7 milhões) para os actuais AOA 802,1 mil milhões (US$ 879,9 milhões), muito impactado pelo aumento da liquidez e a carteira de crédito.

De acordo com o documento contábil, o crédito a clientes teve um crescimento de 153,2% e ficou avaliado em AOA 256,5 mil milhões (US$ 281,2 milhões), contra os AOA 101,2 mil milhões (US$ 122,2 milhões) do período homólogo.

Os investimentos em títulos e valores mobiliários aumentaram 25,6% para AOA 184 mil milhões (US$ 201,8 milhões) depois do registo de AOA 146,5 mil milhões (US$ 176,7 milhões) no igual período homólogo.

2024 foi também um bom ano de colheita para a rubrica que configura o financiamento dos accionistas para continuidade do negócio do banco, com os fundos próprios a registar AOA 59,4 mil milhões (US$ 65,1 milhões) contra os AOA 28,3 mil milhões (US$ 34,1 milhões) calculados em 2023, representando uma alta de 109,6%.

O passivo do banco, que incorpora as dívidas e obrigações financeiras que uma instituição ou empresa tem perante os credores, registou um montante de AOA 691 mil milhões (US$ 757,7 milhões) no final de 2024, o que representa um aumento de 33,5%, face aos AOA 517,4 mil milhões (US$ 624,3 milhões), influenciado pelo crescimento dos “recursos de clientes e outros empréstimos” que cresceu 20,9%.

Os recursos de terceiros saiu de AOA 454,9 mil milhões (US$ 548,9 milhões) para os AOA 550,2 mil milhões (US$ 603,3 milhões), numa comparação homóloga.

Nota negativa para a rubrica caixa e disponibilidade, que apresentou um ligeiro recuo de 0,36%, estando agora calculado em 204,1 mil milhões (US$ 223,8 milhões) ante os AOA 204,9 mil milhões (US$ 247,2 milhões) de 2023.

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José Praia Pedro

EDITOR DE EMPRESAS & MERCADOS

No início do verão de 2024 juntei-me à equipa de jornalistas da revista O Telegrama, dividido entre a Editoria de Economia & Oil e a Editoria de Empresas & Mercados. Professor de matemática, fiz licenciatura em Economia na Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (UAN). Tenho a responsabilidade de manter debaixo de olho tudo o que se passa no panorama dos negócios empresariais e, sobretudo, nos mercados financeiros domésticos e internacionais, desde a ‘Bolsa de Luanda’ (BODIVA), de New York Stock Exchange (NYSE) e NASDAQ, passando pela chinesa Shanghai Stock Exchange Euronext; Hong Kong, Saudi Exchange até a Bolsa de Valores de Londres ou, se preferirem, London Stock Exchange.
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