Finanças & Wall Street

Contas no vermelho: Banco Sol reporta prejuízo de US$ 7,1 milhões em 2024

Adnardo Barros

19 Fevereiro, 2025 - 10:03

Adnardo Barros

19 Fevereiro, 2025 - 10:03

Um ano atípico para as contas da entidade financeira de importância sistêmica, que registou um saldo negativo e quedas acentuadas em mais de 90% das rubricas. Para contornar a instabilidade nos resultados, o conselho de administração e os accionistas aprovaram, recentemente, um plano de recapitalização e reestruturação que visa garantir a estabilidade financeira e a continuidade do negócio do banco

No final do exercício económico do ano transacto, o Banco Sol reportou um resultado negativo de AOA 6,5 mil milhões, cerca de 7,1 milhões de dólares norte-americanos, em contraste com o lucro de AOA 17 mil milhões (US$ 20,6 milhões) obtido em 2023.

De acordo com os dados constantes nas demonstrações financeiras da entidade, sujeito ao parecer do auditor independente, o colapso nos lucros tem origem na elevada linha de crédito malparado. Uma situação que contaminou o activo do banco, que saiu da escala de AOA 1 bilião (US$ 1,2 mil milhões) para AOA 990 mil milhões (US$ 1,08 mil milhões), um recuou de 1%.

Da leitura do balancete, as principais rubricas do volume de negócios tiveram um declive. Os investimentos em activos financeiros da rubrica títulos e valores mobiliários caíram 2% para AOA 385 mil milhões (US$ 423 milhões) depois de contabilizar AOA 392 mil milhões (US$ 473 milhões) no igual período homólogo.

A carteira de crédito foi a que registou a maior queda, saindo de AOA 277 mil milhões (US$ 335 milhões) para AOA 130 mil milhões (US$ 142 milhões), um emagrecimento de 53%.

Igualmente, os depósitos reduziram na ordem dos 3% para AOA 809 mil milhões (US$ 887 milhões), sendo que, em 2023, o documento contábil calculou em AOA 833 mil milhões (US$ 1,01 mil milhões).

Na mesma dinâmica de perda assistiu-se a um recuo de 15% na rubrica “disponibilidades”, ao fechar o exercício económico com AOA 163 mil milhões (US$ 179 milhões) em caixa e bancos centrais.

Os fundos próprios tiveram um desempenho positivo e cresceram 11%, estando agora a valer AOA 82 mil milhões (US$ 90,7 milhões) ante os 74 mil milhões (US$ 90,3 milhões).

Para tirar as contas no vermelho, a gestão de Osvaldo Lemos Macaia tem em vista um processo de recapitalização e reestruturação para os próximos dois anos, que prevê mobilizar a injecção de dinheiro fresco, optar por um processo de outsourcing, entre outras medidas.

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Adnardo Barros

EDITOR DE FINANÇAS & WALL STREET

Adnardo José Barros é Editor de Finanças & Wall Street no O Telegrama. Começou a carreira de jornalista económico em 2021 no Jornal Mercado e, mais tarde, pela Forbes África Lusófona. Licenciado em Economia pela Universidade Católica de Angola (UCAN), foi técnico de contas no Banco BAI Microfinanças (BMF) e possui ainda formações em auditoria, contabilidade e fiscalidade.
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