Finanças & Wall Street

Depósitos da banca comercial no BNA crescem 8% para AOA 3,1 biliões

Adnardo Barros

22 Janeiro, 2025 - 11:47

Adnardo Barros

22 Janeiro, 2025 - 11:47

Num ano marcado com forte depreciação do Kwanza, as reservas obrigatórias cresceram 16% ao passo que as reservas excedentárias recuaram 18%. O impacto tem a ver com a queda dos depósitos em moeda estrangeira

O volume de depósitos em moeda nacional e estrangeira dos bancos comerciais junto do Banco Nacional de Angola (BNA) foi calculado, até Dezembro último, em AOA 3,1 biliões, correspondente a US$ 3,4 mil milhões, ao câmbio praticado no último dia do mês em referência. O valor representa uma alta de 8% se comparado ao período homólogo em 2023, quando os depósitos foram contabilizados em AOA 2,9 biliões (US$ 3,5 mil milhões).

Os dados preliminares do Banco Central, analisados pelo O Telegrama, revelam que este crescimento foi impactado pelo aumento das reservas obrigatórias que, a partir de Agosto até Outubro, foram crescendo e atingiram os AOA 2,5 biliões (US$ 2,8 mil milhões) acima dos AOA 2,2 biliões (US$ 2,6 mil milhões) no período imediatamente anterior.

Em moeda nacional, os bancos depositaram um total de AOA 1,3 biliões (US$ 1,4 mil milhões), representando 53% destas reservas, o que significa que 47% depósitos efectuados foram feitas em moeda estrangeira na ordem de AOA 1,2 biliões (US$ 1,3 mil milhões).

Nos primeiros seis meses, o governo de Manuel Tiago Dias aumentou, por duas vezes, o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional. Em Janeiro, subiu para 20% e, em Maio, para 21%.

Entretanto, as reservas excedentárias do sistema bancário caíram 18% para AOA 568 mil milhões (US$ 622 milhões) face aos AOA 701 mil milhões (US$ 846 milhões) do ano passado.

A maior parte das reservas foi constituída em moeda estrangeira que, não obstante ter um peso de 65%, assistiu-se a um recuo de 33% em relação ao igual período do ano passado.

A gestão das reservas bancárias é crucial para a estabilidade económica e financeira do país, pois influencia a disponibilidade de crédito e o custo do financiamento para as empresas e consumidores. A capacidade do BNA em ajustar as reservas conforme as necessidades da economia é fundamental para garantir um equilíbrio saudável entre a oferta e a demanda de moeda e crédito.

A tendência de crescimento das reservas bancárias sinaliza a importância que o banco central atribui à gestão da liquidez no sistema financeiro e ao controlo da inflação, factores essenciais para a estabilidade macroeconómica do país.

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Adnardo Barros

EDITOR DE FINANÇAS & WALL STREET

Adnardo José Barros é Editor de Finanças & Wall Street no O Telegrama. Começou a carreira de jornalista económico em 2021 no Jornal Mercado e, mais tarde, pela Forbes África Lusófona. Licenciado em Economia pela Universidade Católica de Angola (UCAN), foi técnico de contas no Banco BAI Microfinanças (BMF) e possui ainda formações em auditoria, contabilidade e fiscalidade.

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