O volume de depósitos em moeda nacional e estrangeira dos bancos comerciais junto do Banco Nacional de Angola (BNA) foi calculado, até Dezembro último, em AOA 3,1 biliões, correspondente a US$ 3,4 mil milhões, ao câmbio praticado no último dia do mês em referência. O valor representa uma alta de 8% se comparado ao período homólogo em 2023, quando os depósitos foram contabilizados em AOA 2,9 biliões (US$ 3,5 mil milhões).
Os dados preliminares do Banco Central, analisados pelo O Telegrama, revelam que este crescimento foi impactado pelo aumento das reservas obrigatórias que, a partir de Agosto até Outubro, foram crescendo e atingiram os AOA 2,5 biliões (US$ 2,8 mil milhões) acima dos AOA 2,2 biliões (US$ 2,6 mil milhões) no período imediatamente anterior.
Em moeda nacional, os bancos depositaram um total de AOA 1,3 biliões (US$ 1,4 mil milhões), representando 53% destas reservas, o que significa que 47% depósitos efectuados foram feitas em moeda estrangeira na ordem de AOA 1,2 biliões (US$ 1,3 mil milhões).
Nos primeiros seis meses, o governo de Manuel Tiago Dias aumentou, por duas vezes, o coeficiente de reservas obrigatórias em moeda nacional. Em Janeiro, subiu para 20% e, em Maio, para 21%.
Entretanto, as reservas excedentárias do sistema bancário caíram 18% para AOA 568 mil milhões (US$ 622 milhões) face aos AOA 701 mil milhões (US$ 846 milhões) do ano passado.
A maior parte das reservas foi constituída em moeda estrangeira que, não obstante ter um peso de 65%, assistiu-se a um recuo de 33% em relação ao igual período do ano passado.
A gestão das reservas bancárias é crucial para a estabilidade económica e financeira do país, pois influencia a disponibilidade de crédito e o custo do financiamento para as empresas e consumidores. A capacidade do BNA em ajustar as reservas conforme as necessidades da economia é fundamental para garantir um equilíbrio saudável entre a oferta e a demanda de moeda e crédito.
A tendência de crescimento das reservas bancárias sinaliza a importância que o banco central atribui à gestão da liquidez no sistema financeiro e ao controlo da inflação, factores essenciais para a estabilidade macroeconómica do país.