Em termos de entradas, o Investimento Directo Estrangeiro (IDE) reduziu de USD 11,2 mil milhões em 2016 para USD 8,8 mil milhões em 2023 segundo dados do BNA. A taxa de investimento (relação entre investimento e PIB) foi de 16,24% em 2019, a menor dos últimos 20 anos
O indicador está muito abaixo de níveis necessários para a dinâmica que se pretende. A necessidade de financiamento do país em relação ao PIB rondava -13,6% ainda em 2019, nos últimos anos, o indicador vem decrescendo devido, principalmente, à redução do investimento privado.
Dada a correlação positiva entre taxa de investimento e crescimento do PIB, a situação deixa evidente a necessidade de encontrar fontes alternativas de capital, para que, junto com o sector público, se possa inverter a tendência e dinamizar o financiamento a longo prazo do sector privado.
Nesta senda, qualquer que seja o tamanho da necessidade de investimento do país nos próximos anos, será preciso encontrar fontes alternativas de capital, pois o modelo de financiamento a economia via sector bancário não será mais suficiente para canalizar os investimentos necessários para que Angola volte a crescer de forma sustentável. Apenas a manutenção e expansão do ritmo de crescimento observado em 2021 permitirá que o país recupere conquistas sociais sob ameaça nos últimos anos em decorrência da recessão.
O Estado angolano precisa de direccionar recursos públicos cada vez mais escassos para áreas como saúde e educação, deixando que o sector privado se encarregue de financiar áreas com capacidade de absorver recursos via emissão de instrumentos privados de captação nos mercados de acções e dívida corporativa. É crucial adoptar acções para que o mercado de capitais absorva parcelas cada vez maiores do financiamento de setores como transporte, telecomunicações, energia eléctrica, saneamento, serviços financeiros, etc.
São todos segmentos que carecem de investimentos vultosos para atender a procura por estes serviços e garantir a qualidade necessária para assegurar o bem-estar da população e para vencer as deficiências que impactam negativamente a produtividade da economia Angolana.